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17/10/2019

Médico condenado a 173 anos por estupros volta à cadeia após perícia revelar farsa

Por Eduardo Velozo Fuccia

Perícia fez desmoronar a farsa sobre o estado de saúde do médico Roger Abdelmassih, de 76 anos, e ele teve revogada a prisão domiciliar humanitária. Condenado a 173 anos, seis meses e 18 dias de reclusão, em regime inicial fechado, pelo estupro de 37 pacientes mulheres, o especialista em reprodução humana teve o benefício cassado hoje (17) pela juíza Andréa Barreira Brandão, da 3ª Vara de Execuções Criminais de São Paulo.

Com o auxílio de um colega, Roger Abdelmassih fraudou o próprio estado de saúde, na Penitenciária de Tremembé (SP), para fazer jus à prisão domiciliar. Outro detento denunciou a trama em livro que escreveu no cárcere. Segundo a obra, um sentenciado da unidade, também médico, ministrou indevidamente remédios ao especialista em reprodução para aumentar a sua pressão arterial.

Com a alteração proposital do seu estado clínico, fazendo-o ficar debilitado, Roger requereu à Justiça – e conseguiu – o direito a cumprir a pena em prisão domiciliar. Quando o esquema veio à tona em agosto, por meio do livro Diário de Tremembé – O presídio dos famosos, o médico gozava do benefício em um apartamento de luxo de sua propriedade, em São Paulo.

A pedido do Ministério Público, a Justiça determinou o encaminhamento de Roger ao Hospital Penitenciário de São Paulo para realizar exames a fim de se apurar o seu verdadeiro estado clínico. A perícia médica concluiu que o réu está em condições de fazer seu tratamento de saúde na modalidade ambulatorial. Deste modo, ele pode cumprir a pena na prisão, em regime fechado. É o fim da farsa e o retorno para atrás das grades.

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