Rapaz é condenado a 16 anos por matar parceiro de triângulo amoroso em Santos
Por Eduardo Velozo Fuccia
Um conselho de sentença formado por uma apertada maioria feminina (quatro mulheres e três homens) condenou no início da madrugada desta quinta-feira (12), no Fórum de Santos, Luiz Felipe de Oliveira Galdino (na foto, de boné), de 26 anos, pelo assassinato a facadas de um parceiro de triângulo amoroso. A pena imposta foi de 16 anos de reclusão, em regime inicial fechado, sendo negado ao réu recurso em liberdade.
Sob a presidência do juiz Alexandre Betini, a sessão começou às 13 horas de quarta-feira (11), sendo o veredicto anunciado à 0h30 de quinta. Os jurados acolheram a tese de homicídio qualificado sustentada pelo promotor Geraldo Márcio Gonçalves Mendes e advogado Armando de Mattos Júnior. A família da vítima Bruno Botelho Vieira (na foto, com bigode), de 23 anos, contratou Mattos para atuar na assistência da acusação.
Uma das qualificadoras do homicídio é a do motivo torpe, porque o réu não aceitaria o fim do relacionamento com a jovem apontada como pivô do crime: Inaê Barreto Rodrigues, de 23 anos, com quem teve uma filha, atualmente com 4 anos. O emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima é a outra qualificadora, porque Luiz Felipe teria agido de surpresa e de maneira dissimulada para atacar Bruno.
Defendido pelo advogado Alexandre Ferrareze Dias Mascarenhas, Luiz Felipe admitiu em plenário ter matado Bruno, mas disse que desferiu apenas uma facada para se proteger. A alegação de legítima defesa, se aceita pelos jurados, resultaria na absolvição do réu. Porém, o assistente da acusação logo tratou de refutá-la. “Provamos com o laudo que a vítima levou seis facadas e ainda sofreu cortes nas mãos”, informou Mattos.
Depois de 11 horas e 30 minutos de sessão, o assistente da acusação resumiu a sua satisfação com a decisão dos jurados logo após a leitura da sentença. “Justiça foi feita pelo povo no tribunal do povo”. Mattos também manifestou a sua gratidão com o juiz Alexandre Betini “por pautar este julgamento para 11 de agosto, Dia do Advogado e data que marca a implantação dos cursos jurídicos no País”.
Amor a três
O assassinato de Bruno aconteceu na noite de 3 de julho de 2019, no Castelo, bairro da Zona Noroeste de Santos. Luiz Felipe foi preso em flagrante e, na ocasião, confessou o homicídio ao ser interrogado na delegacia. O réu relatou que conviveu por quatro anos com Inaê e, meses antes do crime, a jovem conheceu a vítima, propondo se relacionar com os dois rapazes.
Luiz Felipe justificou na delegacia que aceitou o triângulo amoroso para não perder a mulher. Durante o interrogatório judicial, ele permaneceu calado. Pivô do crime e testemunha do processo, Inaê afirmou em juízo que manteve relacionamento exclusivo com o acusado por quatro anos e teve uma filha com ele. Depois, ela “abriu” a relação e passou a namorar com a vítima, mas com a ciência e a concordância do réu.
Em abril de 2019, o trio passou a residir no mesmo apartamento. A jovem também declarou em seu depoimento que Luiz Felipe sempre aparentou lidar de forma tranquila com o relacionamento a três. Segundo ela, o réu foi quem sugeriu que o casal morasse junto com Bruno. Para o promotor, o acusado praticou o homicídio por não aceitar o fato de Inaê terminar a relação com ele e continuar o caso amoroso apenas com a vítima.
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