Após prender advogado por tráfico, Polícia Civil deve intimar a clientela
Por Eduardo Velozo Fuccia
Parte da suposta clientela de usuários de um advogado autuado em flagrante sob a acusação de realizar o tráfico de entorpecentes no sistema delivery, em Santos, deverá ser intimada pela Polícia Civil para prestar declarações.
O objetivo é apurar a extensão do comércio ilícito e também identificar quem forneceria as drogas ao advogado. Por ocasião da prisão, investigadores apreenderam uma lista de nomes vinculados a envelopes numerados que acondicionavam drogas.
Também foi recolhida uma maquininha de cartão de crédito e débito supostamente usada na cobrança dos entorpecentes. Na hipótese de a Justiça aceitar eventual pedido de quebra de sigilo de dados do equipamento, valores de transações e nomes virão à tona.
A prisão de Vasco Vieira Júnior, de 43 anos, foi realizada por volta das 19 horas do último dia 23, logo após ele sair carregando duas sacolas do prédio onde mora, na Rua Pindorama, a duas quadras da Praia do Boqueirão.
Dois policiais da 2ª Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes vigiavam o edifício. Eles checavam informação de que um morador vendia drogas pelo sistema delivery, valendo-se de carros de transporte de passageiros por aplicativo.
Os agentes afirmaram que as características de Vasco coincidem com as passadas na denúncia. Uma motorista de aplicativo aguardava o acusado em frente ao prédio e disse em depoimento que viu os investigadores o abordarem e acharem drogas na sacola.
A mulher também declarou ter ouvido quando o passageiro admitiu aos investigadores possuir mais drogas em seu apartamento. Ela demonstrou surpresa com a conduta do advogado, sendo liberada após ser ouvida na delegacia.
Nas sacolas havia 17 porções de maconha pesando 400 gramas, 106 gramas de skunk (supermaconha) com peso total de 106 gramas, a maquininha de cartão e a quantia de R$ 120,00. As drogas estavam em embalagens individuais e numeradas.
Os agentes vistoriaram o apartamento de Vasco e recolheram nove tabletes de maconha pesando 9,1 quilos, 478 gramas da erva divididos em dois pedaços, 1,3 quilos de skunk, balança digital e a lista com nomes. Os entorpecentes totalizaram 11,4 quilos.
Vasco optou pelo direito constitucional de permanecer calado ao ser interrogado. O delegado Angel Gomes Martinez autuou o advogado por tráfico e determinou a sua remoção à cadeia. A Justiça converteu a prisão em flagrante em preventiva.