Por Eduardo Velozo Fuccia

Dezenas de pessoas participaram de manifestação na tarde desta segunda-feira (17) em virtude das prisões, que consideram injustas, do marinheiro Júlio César de Moura, de 58 anos, e do seu ajudante, André Correia Calado, de 41. Durante cerca de uma hora, o serviço de travessia de barcas entre a Ponta da Praia e a Praia de Santa Cruz dos Navegantes, em Guarujá, ficou suspenso.

A manifestação aconteceu no lado de Santos, em frente ao Terminal de Passageiros Edgard Perdigão, e dela participaram familiares, amigos e colegas dos acusados. Sem antecedentes criminais, Júlio e André foram autuados em flagrante por tráfico de drogas e associação para o tráfico na quarta-feira da semana passada (12), após policiais civis apreenderem 12,2 quilos de cocaína e 4,3 de maconha no barco no qual trabalhavam.

Advogado dos trabalhadores, Eduardo Ribeiro contou que as drogas estavam em uma mochila, que foi abandonada na barca por um homem que pressentiu a chegada dos investigadores e pulou no mar, conseguindo fugir sem ser identificado. Antes de escapar pela água, o desconhecido ainda teria tirado a blusa e um par de botas para poder nadar com mais agilidade.

Os manifestantes vestiam camisetas brancas com as fotos do marinheiro e do ajudante na frente, sob a palavra Justiça. Na parte de trás foi inscrita a frase Se a Justiça é cega, vamos fazê-la enxergar. Cerca de 200 pessoas participaram do ato, conforme estimativa dos organizadores. Elas também portavam cartazes e faixas. Júlio e André tiveram a prisão em flagrante convertida em preventiva e continuam encarcerados.