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07/07/2021

Acusado de comandar tráfico é preso em Guarujá e tem Jaguar apreendido

Por Eduardo Velozo Fuccia

Investigação da Polícia Civil sobre tráfico de drogas e organização criminosa na Baixada Santista e no Litoral Sul resultou na prisão em flagrante de Fernando Almeida de Lima, de 35 anos, na terça-feira à tarde (6). A casa onde ele reside no Jardim Virgínia, em Guarujá, foi revistada com autorização judicial, sendo nela apreendidos três carros, um dos quais um Jaguar E-pace P250, ano 2018, cujo preço médio é R$ 250 mil.

Além do veículo importado de luxo, foram apreendidos um Nissan Kicks e um Fiat Mobi Like. Os policiais ainda recolheram 19 relógios de marcas diversas, sete anéis, oito pingentes, 13 correntes, seis pulseiras, notebook, dois pen drives, celular, um caderno com anotações e um pote com pequena quantidade de maconha. O acusado alegou que a droga se destinaria ao próprio consumo. As joias foram avaliadas em R$ 170 mil.


O conteúdo do caderno ainda será analisado, bem como os arquivos do celular, do notebook e dos pen drives. Porém, verificação preliminar e superficial realizada no telefone de Fernando revelou diálogos supostamente relacionados à venda drogas. Elas são chamadas por nomes de perfumes pelos interlocutores em uma tentativa de dissimular o real sentido das conversas.

Policiais da Delegacia de Investigações sobre Entorpecentes (Dise) de Itanhaém apuraram que Fernando estaria tentando expandir para esta cidade os negócios relacionados ao tráfico que já realizaria em Guarujá. Por este motivo, o delegado Bruno Mateo Lázaro requereu o mandado de busca e apreensão à 1ª Vara Criminal de Guarujá para vistoria o imóvel do Jardim Virgínia, situado na Rua Antonio Del Nero.

A pouca quantidade de maconha achada foi considerada irrelevante por Lázaro. Para autuar Fernando por integrar organização criminosa e tráfico, o delegado levou em conta o contexto da investigação, ratificado por objetos apreendidos na residência do acusado. Nela havia camisas com a palavra Barreira e um símbolo do Primeiro Comando da Capital (PCC) estampados. Barreira seria referência a um ponto de venda de drogas.

Primo morto a tiro

No dia 2 do mês passado, Maycon Almeida de Azevedo, de 32 anos, foi morto com um tiro no peito. Naquela data, Fernando compareceu à Delegacia de Guarujá para apresentar a sua versão sobre o caso envolvendo a vítima, que é seu primo. Ele relatou que, após surfar com Maycon e amigos, o grupo saiu do mar, na Praia das Pitangueiras, e foi abordado na Alameda Marechal Floriano Peixoto, no Morro do Maluf.

De repente, surgiu um homem armado de pistola e disse “perdeu, é polícia”. O grupo resistiu por não acreditar que se tratava de agente público. Houve um tumulto e o homem armado disparou, atingindo Maycon e causando a sua morte. Fernando foi à delegacia acompanhado de advogado, o mesmo que lhe prestou assistência durante o flagrante na Dise de Itanhaém. Em seu depoimento, declarou não possuir e-mail nem celular.

Ex-detento Maycon, primo de Fernando, foi morto com um tiro

O autor do tiro é de fato policial e está lotado na Delegacia de Cubatão. Ele não quis dar entrevista sob o argumento de que o caso ainda é apurado pela Corregedoria da Polícia Civil. Apenas disse que se apresentou neste órgão para prestar esclarecimentos sobre os fatos, entregar a sua arma para ser periciada e colaborar com as investigações. Porém, o seu advogado conversou com o Vade News.

“As circunstâncias não deixam dúvidas de que houve uma situação típica de legítima defesa, que ficará comprovada após as investigações”, afirmou o advogado. Segundo ele, além de se identificar, o policial tinha o seu distintivo pendurado ao pescoço, mas foi acuado por um grupo de mais de dez pessoas. Diante da iminência de ter a sua arma tomada e ocorrer algo mais grave, o agente público disparou.

Maycon já cumpriu pena de 11 anos, seis meses e 25 dias de reclusão por assaltar a mansão de Farid Said Madi, ex-prefeito de Guarujá. Ele despejou álcool sobre o corpo de uma filha do político e ameaçou atear fogo para forçar a família a revelar onde estaria um cofre. Na sentença consta que o criminoso “rouba sem qualquer timidez ou medo de repressão policial”, agiu com “violência gratuita” e causou “grande temor” às vítimas.

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