Pai é acusado de vender filho de um mês por R$ 4 mil no litoral de SP
Por Eduardo Velozo Fuccia
Um bebê do sexo masculino de apenas um mês foi vendido pelo próprio pai por R$ 4 mil, em Praia Grande, no litoral de São Paulo, segundo acusa a mãe. Na tarde desta quinta-feira (1º), a criança foi localizada no Itaim Paulista, na Zona Leste da Capital. O menino passa bem. A Polícia Civil investiga eventual rede de tráfico de pessoas.
Com 33 dias de vida, a criança foi encontrada na casa da mãe de Rodrigo Dias Rohden, de 33 anos. Apontado como quem comprou a criança, ele teve a prisão preventiva decretada pela 2ª Vara Criminal de Praia Grande e foi recolhido à cadeia. O companheiro do acusado não teria participado da transação, sendo liberado após depor.
Policiais da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) e do 1º DP de Praia Grande cumpriram a ordem de captura e o mandado de busca e apreensão da criança. Uma conselheira tutelar participou da diligência e encaminhou o bebê a um abrigo no bairro Ribeirópolis, onde ele permanece à disposição do Juízo da Infância e da Juventude.
Pai foragido
Ronaldo Alves de Souza, de 47 anos, é o pai biológico do menino. Ele também teve a prisão decretada pela Justiça, mas permanece foragido. Informações dão conta de que o procurado estaria perambulando pelas ruas em Campinas. Além da venda do filho, ele é acusado de outros crimes.
A negociação do bebê foi denunciada à Polícia Civil pela mãe da criança. A mulher, de 33 anos, contou que já foi casada com Ronaldo, e o acusou de vender o filho recém-nascido do casal por R$ 4 mil. Segundo ela, o ex-companheiro é agressivo, já tentou matá-la e faz uso frequente de álcool e entorpecentes.
Em 19 de março, Ronaldo invadiu a casa da ex-mulher através de uma janela e a agrediu com socos no rosto e em outras partes do corpo, fugindo em seguida. Cinco dias depois, a vítima compareceu à DDM para denunciar a violência. Ela atribuiu o episódio ao fato de ter denunciado o ex-companheiro pela venda do filho.
Mãe na mira
O delegado Alex Mendonça do Nascimento comanda as investigações. Elas prosseguem para apurar eventual participação da mãe do bebê na venda, porque o homem acusado de comprar a criança nega a prática do comércio ilícito. No entanto, Rodrigo admitiu que ajudava o casal com o pagamento de despesas pessoais na época da gestação.
De acordo com o delegado, os indícios até o momento apurados são os de que houve venda, mas é necessária a captura de Ronaldo para aprofundar a investigação. O que já está comprovado é a chamada “adoção à brasileira”, disse Alex, referindo-se ao fato de o acusado Rodrigo ter registrado o bebê como se fosse o seu filho biológico.
Rodrigo declarou que chegou até os pais da criança, ainda durante a gravidez, por meio de uma “comunidade” no Facebook. Segundo o delegado, um esquema de tráfico de crianças poderia estar utilizando a rede social para o cometimento de crimes. Mais informações não foram reveladas para não prejudicar as investigações.