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12/08/2021

Rapaz é condenado a 16 anos por matar parceiro de triângulo amoroso em Santos

Por Eduardo Velozo Fuccia

Um conselho de sentença formado por uma apertada maioria feminina (quatro mulheres e três homens) condenou no início da madrugada desta quinta-feira (12), no Fórum de Santos, Luiz Felipe de Oliveira Galdino (na foto, de boné), de 26 anos, pelo assassinato a facadas de um parceiro de triângulo amoroso. A pena imposta foi de 16 anos de reclusão, em regime inicial fechado, sendo negado ao réu recurso em liberdade.

Sob a presidência do juiz Alexandre Betini, a sessão começou às 13 horas de quarta-feira (11), sendo o veredicto anunciado à 0h30 de quinta. Os jurados acolheram a tese de homicídio qualificado sustentada pelo promotor Geraldo Márcio Gonçalves Mendes e advogado Armando de Mattos Júnior. A família da vítima Bruno Botelho Vieira (na foto, com bigode), de 23 anos, contratou Mattos para atuar na assistência da acusação.

Uma das qualificadoras do homicídio é a do motivo torpe, porque o réu não aceitaria o fim do relacionamento com a jovem apontada como pivô do crime: Inaê Barreto Rodrigues, de 23 anos, com quem teve uma filha, atualmente com 4 anos. O emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima é a outra qualificadora, porque Luiz Felipe teria agido de surpresa e de maneira dissimulada para atacar Bruno.

O advogado Armando de Mattos Júnior rebateu com dados do laudo necroscópico informação prestada pelo réu em plenário

Defendido pelo advogado Alexandre Ferrareze Dias Mascarenhas, Luiz Felipe admitiu em plenário ter matado Bruno, mas disse que desferiu apenas uma facada para se proteger. A alegação de legítima defesa, se aceita pelos jurados, resultaria na absolvição do réu. Porém, o assistente da acusação logo tratou de refutá-la. “Provamos com o laudo que a vítima levou seis facadas e ainda sofreu cortes nas mãos”, informou Mattos.

Depois de 11 horas e 30 minutos de sessão, o assistente da acusação resumiu a sua satisfação com a decisão dos jurados logo após a leitura da sentença. “Justiça foi feita pelo povo no tribunal do povo”. Mattos também manifestou a sua gratidão com o juiz Alexandre Betini “por pautar este julgamento para 11 de agosto, Dia do Advogado e data que marca a implantação dos cursos jurídicos no País”.

Amor a três

O assassinato de Bruno aconteceu na noite de 3 de julho de 2019, no Castelo, bairro da Zona Noroeste de Santos. Luiz Felipe foi preso em flagrante e, na ocasião, confessou o homicídio ao ser interrogado na delegacia. O réu relatou que conviveu por quatro anos com Inaê e, meses antes do crime, a jovem conheceu a vítima, propondo se relacionar com os dois rapazes.

Luiz Felipe justificou na delegacia que aceitou o triângulo amoroso para não perder a mulher. Durante o interrogatório judicial, ele permaneceu calado. Pivô do crime e testemunha do processo, Inaê afirmou em juízo que manteve relacionamento exclusivo com o acusado por quatro anos e teve uma filha com ele. Depois, ela “abriu” a relação e passou a namorar com a vítima, mas com a ciência e a concordância do réu.

Em abril de 2019, o trio passou a residir no mesmo apartamento. A jovem também declarou em seu depoimento que Luiz Felipe sempre aparentou lidar de forma tranquila com o relacionamento a três. Segundo ela, o réu foi quem sugeriu que o casal morasse junto com Bruno. Para o promotor, o acusado praticou o homicídio por não aceitar o fato de Inaê terminar a relação com ele e continuar o caso amoroso apenas com a vítima.

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