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26/05/2021

Preso volta da saidinha com drogas no estômago, mas raio-X entrega

Por Eduardo Velozo Fuccia

Um detento da Penitenciária II de São Vicente, no litoral de São Paulo, tentou voltar à unidade, após seis dias de saída temporária, levando maconha no estômago. No regresso à prisão, o sentenciado foi abordado por policiais civis. Conduzido à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Casqueiro, em Cubatão, Arakzan Weslley Molina Umino, de 29 anos, foi submetido a raio-X. O exame detectou 64 porções da erva no corpo.

“Tínhamos informações de que um preso da P II de São Vicente, na volta da saidinha temporária, ingressaria na unidade com maconha para vendê-la lá dentro. Sabíamos que ele retornaria à penitenciária em um Gol prata e interceptamos o carro na Via Anchieta, na altura da Vila São José”, contou o chefe dos investigadores do 2º DP de Cubatão, Rogério Pinto. A abordagem aconteceu na segunda-feira (24).

O pai e a mulher de Arakzan estavam no veículo, no qual havia uma sacola no assoalho contendo 51 porções de maconha, uma das quais de K4 (supermaconha sintética). Na sequência, o detento foi conduzido à UPA mais próxima e submetido a radiografia. O exame acusou mais 64 porções de maconha em seu corpo. Elas estavam embaladas em plástico fino, do mesmo tipo usado no sorvete caseiro conhecido por chup-chup.


“Na própria unidade de saúde foi ministrado laxante para que o preso expelisse o material”, disse o investigador. Encaminhado ao 2º DP de Cubatão, Arakzan foi autuado em flagrante por tráfico de drogas pelo delegado Ruy de Matos Pereira Filho. Ele cumpre pena, já transitada em julgado (definitiva), de 18 anos e dez meses de reclusão por tentativa de latrocínio e roubo qualificado.

Roubos e disparos

Estes crimes foram cometidos em 21 de julho de 2014, no Casqueiro. Arakzan e um comparsa identificado apenas por Alemão invadiram a garagem de uma casa para roubar a moto de uma mulher. O delito apenas não se consumou porque um agente penitenciário percebeu a ação, se identificou e mandou a dupla se render. Os marginais, porém, reagiram atirando oito vezes na direção do servidor público.

O agente penitenciário se protegeu atrás de um automóvel. Ele escapou ileso e revidou os disparos, atingindo Arakzan na perna. Apesar de ferido, este marginal e o parceiro ainda roubaram o carro de um homem nas imediações e o utilizaram para fugir. Policiais militares os perseguiram e, momentos depois, o criminoso baleado foi preso em flagrante na comunidade da Vila Esperança, também em Cubatão.

“O réu cometeu dois crimes gravíssimos, sendo que em um deles disparou contra um indivíduo querendo a sua morte, o que demonstra que não tem condições de viver em sociedade, motivo pelo qual não poderá recorrer em liberdade”, pontuou o juiz Rodrigo de Moura Jacob ao condenar Arakzan. O réu apelou pleiteando a absolvição, mas a 10ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou a sentença.

O regime inicial para o cumprimento da pena foi o fechado. Atualmente, Arakzan já havia progredido para o regime semiaberto, razão pela qual fez jus à última saída temporária, entre os dias 18 e 24 de maio. O benefício é referente ao período da Páscoa, mas só agora foi autorizado pela Justiça por causa do agravamento da pandemia do novo coronavírus naquela época.

Apesar de ser uma unidade de regime fechado, a P II de São Vicente possui uma ala de progressão penitenciária, onde ficam os sentenciados do semiaberto. Atualmente, conforme a última contagem da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP), ela abriga 246 homens, embora a sua capacidade seja para 208. Projetada para 862 detentos no regime fechado, a unidade prisional está com 1.384 nesta condição.

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