Por Eduardo Velozo Fuccia

“As pessoas têm ficado muito à vontade para manifestar ódio nas redes sociais, seja racial, de gênero, de orientação sexual, acreditando que estão na clandestinidade, que não serão descobertas”. O alerta é da promotora de justiça Lívia Maria Santana e Sant’Anna Vaz, do Ministério Público da Bahia (MP-BA), ao anunciar a instauração de procedimento para investigar suposto crime de racismo cometido pela internet contra o participante do BBB 24, Davi Brito Santos de Oliveira.

O pedido de investigação foi formulado ao MP-BA na segunda-feira (11). Um representante do participante do reality show da Rede Globo relatou no requerimento práticas racistas nas redes sociais contra Davi Brito. Responsável pela Promotoria de Justiça de Combate ao Racismo, Lívia Vaz disse que requisitará às plataformas informações sobre os perfis utilizados para as postagens denunciadas. O objetivo é identificar os autores dos pretensos crimes e responsabilizá-los criminalmente.

“Nós temos instrumentos jurídicos e tecnológicos para descobrir a autoria deste tipo de mensagem”, afirmou a promotora. Lívia Vaz aproveitou o episódio para orientar que as pessoas denunciem eventuais postagens racistas, “printando” o conteúdo, anotando o endereço (URL) dos perfis usados para tais ofensas criminosas e informando as autoridades. O MP-BA não divulgou as mensagens contra o participante do BBB 24 que motivaram o pedido de apuração.

Por meio de vídeo divulgado em seus perfis no Instagram e no X na terça-feira (12), a cantora Wanessa Camargo, participante eliminada do BBB 24 por comportamento inadequado contra Davi, pediu desculpas a ele e à sua família, extensivas a “todas as pessoas negras que se sentiram machucadas e ofendidas”. Segundo ela, a sua conduta no programa se enquadra no “racismo estrutural, que está tão enraizado na nossa sociedade, dentro de nós, pessoas privilegiadas. A gente acaba praticando sem perceber”.

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